POEMAS PELA IA
por
Iacha T. G. Petrina
Editora Rede de Computadores
2023
Índice
Introdução ………………………………………………………………. 3
Sonetos …………………………………………………………………...4
Comentários ………………………………………………………..….. 14
Introdução
Inar Brasileira
Esta coletânea de 10 poemas é uma brincadeira com a chamada inteligência artificial que, segundo o grande linguista nonagenário Noam Chomsky, não é inteligência nem artificial. Mesmo assim aproveitamos algumas horas de folga para solicitar ao ChatGPT-3 que fizesse os sonetos que compõem este opúsculo. Trata-se de uma versão inicial do programa de acesso livre, por isso mesmo chamado OpenAI (inteligência artificial aberta), cujo endereço é https://chat.openai.com/chat. Esta versão do programa leva em conta apenas o que se encontrava na rede de computadores até 2021.
O nome IA é a tradução portuguesa da forma inglesa AI (artificial intelligence). A “autora” dos poemas é Iacha Petrina. A Introdução e os comentários são de Inar Brasileira. O nome da autora fictícia Iacha T. G. Petrina é tirado de IA Cha+t.G.PT-3. O nome Petrina é uma combinação de P e T mais trina, que uma raiz latina para 3. O nome da comentarista Inar Brasileira é composto da primeira sílaba de inteligência combinado com a primeira de artificial. Quanto ao sobrenome, procura mostrar que tudo foi feito no Brasil, mesmo que seja usando programas americanos. Enfim, a propósito deste opúsculo, poderíamos evocar o dito italiano Se non è vero è ben trovato, que poderia ser traduzido por algo como “Se não é verdadeiro, é um bom achado”, ou seja, é algo interessante, mesmo que não seja verdadeiro ou legítimo.
SONETOS
1
Primavera
Na primavera, a Terra renasce em cores,
Com flores a desabrochar em suave dança,
Os campos vestem-se de verdes e odores,
E a vida brilha em cada nova esperança.
O céu de azul profundo, tão sereno,
Anuncia a estação de amor e encanto,
E o vento canta versos pelo terreno,
Celebrando a primavera a cada canto.
Os pássaros em coro, em melodia,
Entoam canções de alegria e vida,
E a natureza exulta em sinfonia.
Na primavera, o mundo é renovado,
Com beleza e vigor, o coração aquecido,
Um eterno ciclo, por Deus traçado.
2
O amor
No vasto oceano do sentir profundo,
O amor se ergue em ondas, força e calma,
É fogo que nos queima e nos inunda,
Em versos de paixão e doce palma.
É como a flor que desabrocha bela,
No jardim secreto do coração,
E mesmo quando a vida nos desvela,
Permanece, inabalável, em união.
No toque suave, há o amor a nascer,
Em olhares, promessas silenciosas,
Caminhos se entrelaçam, sem esmorecer.
Nas palavras, nos gestos, nas rosas,
O amor é a canção que faz florescer,
A mais sublime arte, a vida harmoniosa.
3
Saudade
Saudade, doce e amarga, sentimento,
Que toca a alma com sua mão pesarosa,
É eco do passado, em pensamento,
Que nos envolve, triste e silenciosa.
Na ausência, ela se faz presente e ardente,
Um fio invisível entre o agora e o então,
Ligando-nos ao tempo, de repente,
Nos fazendo sentir solidão.
É a saudade um lamento, uma melodia,
Que embala nossas memórias com ternura,
Reavivando a vida, com nostalgia.
Ela é a prova de que a vida perdura,
Em lembranças que trazem alegria,
A saudade é eterna, é doçura pura.
4
Solidão
A solidão, uma sombra na alma fria,
Caminha ao lado do ser solitário,
Na vastidão da noite, escura e vazia,
Um eco triste, um fardo solitário.
É como um oceano de águas profundas,
Onde o coração vagueia sem rumo,
Em busca de conexões, de respostas,
Na busca de um abraço, de um amigo ou de um lume.
Mas na solidão, há espaço para o encontro,
Com o eu mais íntimo, reflexão profunda,
Um tempo para se ouvir, ser pronto.
E quando a solidão se faz fecunda,
Pode brotar em nós o novo e o pronto,
A descoberta de uma alma mais fecunda.
5
Alegria
Na dança dos dias, a alegria brilha,
Um sol radiante, calor que acalma o peito,
Nas asas da vida, ela voa e brinca,
É o doce mel que torna tudo perfeito.
Alegria é riso que contagia a alma,
Um abraço quente, um sorriso sincero,
No coração, ela é uma chama que acalma,
E torna o caminho mais leve e verdadeiro.
Ela está no olhar de uma criança inocente,
Na canção que nos faz cantarolar contentes,
No encontro de amigos, abraços e calor.
É um presente divino que a vida nos dá,
A alegria, essa força que nos faz sonhar,
E nos lembra que o amor é o maior valor.
6
Dia dos namorados
No Dia dos Namorados, amor no ar paira,
Doçura no olhar, no coração, a chama,
Casais se abraçam, o mundo se prepara,
Para celebrar o laço que os une com a trama.
Nas mãos entrelaçadas, juras de eterno afeto,
Em cada beijo, promessas de um porvir,
Nesse dia, o amor é o nosso projeto,
E o tempo se aquieta, só queremos existir.
É uma data de suspiros e de sonhos,
De gestos de carinho e palavras sinceras,
O amor floresce em todos os cantos.
No Dia dos Namorados, que a chama cresça,
E que a vida a dois seja um rio sem planos,
Em cada dia, uma nova promessa.
7
Dia de finados
No Dia de Finados, silente e sombrio,
Visitamos os que partiram, saudade em nossos olhos,
Nas lágrimas e flores, respeito e alívio,
Lembramos os que amamos, que hoje são abrigos.
No campo silencioso de memórias e afeto,
Onde a tristeza encontra conforto e paz,
Honramos os entes queridos, com respeito,
Reconhecendo que a morte é só um audaz.
Aqui, nas lápides, histórias enterradas,
Mas em nossos corações, vivas e claras,
Lembranças de tempos, de risos, jornadas.
Dia de Finados, reflexão que declara,
Que a memória dos ausentes nunca se apaga,
Pois o amor, eterno, no coração ressoa.
8
A morte
A morte, sombra escura que nos guia,
Um mistério profundo a nos cercar,
Na vida, inevitável companhia,
Eterno fim que todos hão de encarar.
A noite que nos leva ao desconhecido,
O último suspiro, o adeus final,
Na morte, todo ser é submetido,
Ao ciclo universal, destino igual.
Mas não é o fim, apenas uma porta,
Que abre-se para o grande desconhecido,
A morte, o novo começo que conforta.
Na eternidade, o ser é redescoberto,
Na memória dos que aqui ficam perdidos,
A morte é só um passo, não um encerro.
9
O luar
Na noite serena o luar se derrama,
Um manto de prata no céu a brilhar,
Em seus raios, a alma encontra a sua trama,
E sonhos e desejos começam a se entrelaçar.
Luar, ó guardião das noites estreladas,
Que ilumina o caminho dos amantes perdidos,
Nas sombras, revelas histórias encantadas,
E em teu fulgor, encontram-se corações unidos.
Oh, luar, tua luz é doce e serena,
Um farol de esperança nas horas mais escuras,
Tua beleza no céu, eterna e plena,
Inspira poetas, amantes e criaturas noturnas.
Assim, sob teu manto, o mundo adormece,
Enquanto sonhos e desejos, o luar conhece.
10
Henriqueta
Para Henriqueta Rodrigues dos Santos, minha inspiração,
Teço versos que celebrem tua doce afeição,
Em teu nome, a poesia encontra a sua luz,
E o coração transborda de gratidão a ti, seduz.
Com olhos que refletem a mais pura bondade,
Tu és a estrela que ilumina minha escuridão,
Teu sorriso, um raio de sol em minha tempestade,
E teu amor, a canção que embala meu coração.
Henriqueta, teu nome ecoa em cada verso meu,
Como uma flor rara no jardim da vida a florescer,
Tu és a musa que inspira o poeta a ser seu melhor eu,
E com gratidão eterna, a ti quero agradecer.
Que a vida te sorria com amor e felicidade,
Pois Henriqueta, és a inspiração da minha poesia.
Comentários
Inar Brasileira
Poemas pela IA são sonetos criados pela inteligência artificial (IA), em sua versão 3 (IA ChatGPT-3), da OpenAI, disponível em https://chat.openai.com/chat. Os 10 sonetos da presente coleção em geral obedecem os princípios seguidos pela tradição literária. Vejamos alguns breves comentários sobre a forma e o conteúdo por eles veiculado.
Tradicionalmente o soneto consta de dois quartetos e dois tercetos, com versos decassilábicos ou alexandrinos (de 12 sílabas), embora em alguns casos Iacha tenha adjungido o primeiro verso do que seria o segundo terceto ao início do primeiro, fazendo dele mais um quarteto. Com isso, o poema constaria originalmente de três quartetos e uma parelha ou dístico, ou seja, estrofe de dois versos que, no caso, rimam entre si (adormece/conhece, como poema 9, “O luar”, embora eu, Inar, tenha “corrigido” isso. Os sonetos que aqui se encontram são geralmente decassilábicos, se levarmos em conta algumas diéreses e sinéreses. O primeiro deles (Primavera) apresenta o esquema de rima abab nos quartetos e aba nos tercetos. O segundo verso do primeiro terceto termina com a palavra “vida”, que deve rimar com “aquecido” do segundo verso do segundo terceto. Como se vê, é uma rima pobre (-ida/ido).
Há outros problemas de forma. No soneto “O amor”, o primeiro verso do primeiro terceto rima com o terceiro e o segundo rima com o primeiro do segundo terceto. Porém, os dois últimos versos desse terceto infringem o esquema de rimas: seu primeiro verso rima com o último do terceto anterior e o último rima com o segundo do primeiro terceto. Enfim, o padrão rimático se mantém só até certo ponto. Em “Henriqueta”, o esquema rimático é aabb na primeira estrofe, abab na segundo e aba na terceira. Na quarta, porém, nenhum dos esquemas se mantém. O segundo verso rima mas com o primeiro e o terceiro da segunda estrofe, uma espécie de rima à distância, e o último verso não rima com nada. Não há em todo o poema nenhum verso cuja terminação rime com “poesia”, ou seja, não há rima nem à distância. Em geral, no segundo terceto o esquema rimático nem sempre se mantém. Aqui a IA falhou do ponto de vista formal, que é o seu forte.
Todos os comentários sobre o aspecto formal dos poemas tiveram por base a obra de Hênio Tavares, Teoria literária (6a ed., Belo Horizonte: Itatiaia, 1978), sobretudo a seção sobre o soneto, que vai da página 304 à 307.
No tange ao conteúdo, via de regra os poemas não fogem do tema proposto no título. Em “Primavera” nota-se um clima primaveril, dizendo que “a Terra renasce em cores/Com flores a desabrochar em suave dança”, “Os pássaros em coro” “Entoam canções de alegria e vida”. Enfim, em nenhum dos demais 9 poemas se foge do tema enunciado no título. Diante de tudo isso, alguém desavisado que se defronte com um desses poemas pode ser levado a pensar que foi feito por alguém de carne e osso, mesmo não se tratando de sonetos do mesmo nível dos de Camões, Olavo Bilac, Antero de Quental, Augusto dos Anjos e Jorge de Lima, entre muitos outros.